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Como me tornei escritor aos 17 anos? #2 Criando um novo mundo e reinventando a Alta Fantasia!

Atualizado: 15 de fev. de 2019

Mensagem do Autor:

Então gente, aqui eu decidi compartilhar com vocês de maneira bem detalha e espontânea como foi o processo de me afirmar escritor e de criar meu primeiro livro. Se você é daqueles que prefere ver que ler (Uma pena aliás), também pode acompanhar minha história no canal do Yt. Como foi um longo processo de 7 anos, eu dividi em diversos artigos. Mas todos estão bem legais. <3 Espero que gostem!


(Vou avisando, é melhor se você já tiver lido o livro! kkk Se quiser lê-lo, volta pra página inicial e garante o seu na loja online da Editora Upbooks.)


Criando um novo mundo e reinventando a Alta Fantasia!


Então galera, no artigo anterior eu falei de como foi engatinhar nesse mundo literário. Nesse artigo vou contar para vocês como foi o processo de criação de alguns personagens e do mundo de Kimiom de Merídia. Também vou contar de algumas inspirações bem importantes e da missão desse livro. Ótimo se você quer desvendar como os escritores inventam seus mundos fantásticos! hehe Boa leitura!


Eu sempre fui muito inovador e comecei a refletir de que forma eu poderia revolucionar a literatura, qual seria a minha contribuição? E esse era o questionamento que baseava toda a construção desse novo livro. Eu tinha algumas ideias já. Adamantor seria o vilão, Kimiom o herói, Sino e Abnara seus mentores (Sim, a Yuuna ainda não existia e Merídia também não). Para construir esse livro, eu queria que as coisas tivessem significado, que tivessem valores, que carregassem minhas ideias e questionamentos, e que perpetuasse alguns conceitos que eu gostava muito.


Para que vejam como tudo é passível de ser inspiração nesse processo: Yuuna surgiu quando um amigo pronunciou o nome da minha paixão do Kpop à época (Tive outras crushs depois, “bias” como a gente chama), a Yoona do Girls’ Generation, de uma forma diferente do que eu pronunciava. Aí brotou a vontade de criar uma personagem amarela (asiática), que fosse não apenas visualmente, mas também no interior, a junção de tudo que eu achava mais incrível em ser mulher.


Para isso eu fui reunindo coisas de i-dols do K-pop ou personalidades asiáticas que eu admirava. Por exemplo, a aparência dela é inspirada na Luna do F(x), especialmente no conceito do clipe "Eletric Shock" (Também fui perdidamente apaixonado pela Luna). Na personalidade, trouxe algo que me lembrasse a Katara de Avatar. E os olhos, claros e azuis como a água, são os olhos de Sayuri de "Memórias de um Gueixa", um dos meus filmes favoritos (E inclusive vem de um livro ao qual pretendo ler).


Yuuna deveria ser o interesse amoroso de Kimiom e criar um relacionamento igualitário com ele, inspirado na relação dos meus pais (que é muito igualitária) e na visão que eu tinha de relacionamento para mim. Porém Yuuna passou a significar muito além do que eu imaginava. Ela passou a exigir ser protagonista da própria história. E eu dei voz a esse desejo do enredo. E como não me arrependo disso! Mais que uma princesa, uma mocinha, Yuuna ainda vai mostrar que é tão complexa, intensa e real quanto o Kimiom, mesmo que ela não esteja narrando a história. Isso foi um desafio a princípio, mas vamos ver como me saí nos próximos livros.


Merídia também surgiu quando pronunciei um nome errado, o nome da princesa Merida de Valente (Maravilhosa ela). Eu decidi que seria o nome legal para um país, o país de Kimiom. Foi aí que surgiu “Kimiom de Merídia”. Adamantor seria o imperador do mal, Kimiom estaria destinado a derrubá-lo, Yuuna e Sino iam ajudar, Abnara viria depois.


Ainda assim, algo pesava dentro de mim: Minha paixão por Avatar. “A Lenda de Korra” já estava no Livro 2. Observando o conflito espiritual que ocorria no Livro 2 de The Legend of Korra, eu passei a imaginar como poderia dar uma face mais "universal" ao conflito de Kimiom. Então criei o Mundo Espiritual e alguns personagens cruciais para a história: Ayla, Riki e Athor. Finalmente, decidi trazer minha visão sobre uma modalidade de magia e arte marcial que eu amo: A dominação elemental. A ideia da dominação é originalmente de Avatar, mas decidi refletir sobre como trabalharia da minha forma. Então criei uma dominação que fosse mais científica, real, natural, não tão dependente do fator espiritual como em Avatar. Daí as energias humana e espiritual e um conjunto de noias que imaginei para justificar a existência da dominação e da magia.

Ainda havia outra questão. Nesse mundo haveria magia normal? Naquele conceito europeu de bruxa que a gente já conhece? Eu sou apaixonado por Once Upon a Time. Acompanhei a série até o final (Inclusive me dar uma dor imaginar que já acabou. E logo no ano que eu lanço meu livro!). OUAT acabou gerando a personagem Kora e trouxe para Kimiom um toque de magia que é tradicional das altas fantasias. Mas claro que eu dei meu toque. Kora então é uma típica vilã de OUAT, mas sua aparência é uma mistura louca de mulher europeia com asiática. Kora em especial tornou-se uma personagem muito querida e maravilhosa de explorar. Afinal, ela é misteriosa. Posso fazer qualquer coisa com ela e trazê-la de diversas formas na história. Vilão bom é esse, presente e fácil de amarrar a outros personagens do circuito heroico.


Com o tempo, Athor também foi se tornando mais importante na história e fui colocando ele no mesmo nível de Adamantor. Ao ponto de que o verdadeiro vilão acabou virando Athor. De certa forma, Adamantor é um antagonista ideológico, mas Athor é o ser que está de fato contra Kimiom, influenciando através do seu poder espiritual e físico. No início, ele parece ser mais uma entidade, mas depois do final do Livro 1 fica bem claro que Athor é mais que simplesmente um espírito dentro de Adamantor. Athor e Adamantor tem pontadas de Unalaq e Vattu de "A Lenda de Korra". O que os diferencia, não posso dizer, afinal, o Livro 2 ainda vai ser lançando. rsrsrs


Fui trabalhando também o mundo em que Kimiom vivia. Essa ambientação é muito importante se você deseja criar uma fantasia épica, uma “Alta Fantasia”. No mundo literário posterior aos pais da high fantasy, - e falo isso por carinho, não sou crítico literário - CS Lewis e Tolkien, e contemporâneo do gênio George Martim, é difícil não focar na construção de um mundo coeso e "real". E para isso você precisa estar atento a diversas questões do seu mundo. Foi bem complicado decidir que período histórico seria e acabei misturando tudo. Pensei “A evolução tecnológica deles não pode ser igual a nossa”.


Criei Nijuu, inspirada no Japão e em Naruto (Trouxe também a magia dos seladores), Tzuan, inspirada na China e na Nação do Fogo de Avatar, Luana, inspirada na China e nos Estados Unidos. Outros países foram surgindo. Sobre o continente, foi uma grande dúvida se seria um continente só ou se haveriam mais. Terminou que há mais continentes, porém só conhecemos um até agora, o maior deles. Escolhi o nome Seráfi, inspirado pelo reino de Seráfia, de uma novela que eu e minha avó amamos, “Cordel Encantado”. (Viu? Tudo inspira!) Mais tarde, criei as regiões geopolíticas, que agrupariam os países segundo sua formação histórica e relações políticas. Surgiu o Norte, o Sul... Enfim, o negócio ia ficando cada vez mais complexo e completo. E o mais top: Eu não pensei num nome para o planeta e, durante a narrativa, mundo e Seráfi acabam se confundido. Eu nem pretendo nomear não, chamo de Mundo Humano mesmo.


Logo, era preciso inventar também idiomas. Eu estudei um pouco de japonês na época e inventei o nijuugo inspirado nele. O tzugo (Idioma de Tzuan) foi inspirado na sonoridade do mandarim. Por fim, havia o idioma de Merídia, logo, o idioma do Kimiom. E eu me perguntei “Mano, o Kimiom vai falar português? Mas como ele vai falar português se ele é de outro universo?”. Então alterei algumas estruturas do nosso idioma, trazendo alguns traços do japonês e “criei” outro idioma, o meridogo (Cuja forma tradicional se chama dianês). Logo, o livro não é escrito em português, mas em meridogo/dianês. Louco né?


Mas ainda faltava algo, algo que era crucial: Uma missão. De que adiantaria me dedicar a tantos livros se no final as pessoas não aprenderiam nada? E esse momento foi a grande reviravolta que definiu quem eu seria como escritor.


Construindo Adamantor, me aprofundei no perfil de ditadores, não só reais como fictícios. Não tenho como esconder as semelhanças com Snow, afinal, Snow é um mito, amamos Susan Collins por ele. Mas foi quando conheci a Coreia do Norte que o negócio ficou sério. Sou cristão, muito fiel. Considero o meu direito mais fundamental o direito à crença e não tolero qualquer tipo de posicionamento ou projeto que venha limitar a minha liberdade ou de qualquer outro de expressar suas posições religiosas. Estado laico, para mim, é um direito inalienável dos seres humanos e a base para uma democracia minimamente saudável. Mas ainda assim, encontrei no Youtube diversos testemunhos que denunciavam uma realidade assombrosa: O regime norte-coreano perseguia religiosos, principalmente cristãos, e os prendia em campos de concentração para realizar trabalhos forçados, obrigando os cristãos a se dedicar às tarefas mais perigosas.


Os relatos de abuso, violência, vigilância do Estado, aquilo me revoltou. Senti que precisava fazer alguma coisa. Não era possível que isso acontecesse em nosso mundo e ninguém estivesse debatendo isso! Foi quando acendi minha luz para lutar e debater sobre a importância dos direitos à Liberdade, à educação, à cultura, ao conhecimento, à expressão, ao debate, ao questionamento e, principalmente, à Esperança. Acreditar em "algo maior" era acreditar que o nosso mundo tem um sentido, um motivo, e de as dificuldades aqui enfrentadas podem ser superadas. Estado algum pode ter o direito de impedir seu povo de acreditar na Esperança ou de escolher de onde virá essa Esperança.


Kimiom seria minha porta para falar desses assuntos. Trataria sobre a crueldade de um Estado que se acha no direito de interferir até mesmo na crença e na esperança de seu povo. Ouvir o discurso dos cristãos norte-coreanos tornou-se parte do meu dia a dia, me aprofundei na perseguição ao cristianismo praticada pelos regimes comunistas durante a Guerra Fria. Não virei um especialista, mas consegui o que queria: Construí Adamantor e Merídia inspirados em fatos reais, uma metáfora para algo que está acontecendo agora mesmo, enquanto você lê esse texto.


Estava pronto, Kimiom seria um herói que lutaria contra um Estado opressor que persegue seu povo e os oprime por acreditar na Esperança. E não seria um crime trazer um pouco de fé para a história. Afinal, C.S Lewis fez isso também. Porém, sobre o conflito ideológico, haveria uma esfera espiritual e um complexo evento astrológico acontecendo. Era o enredo perfeito.


Comecei a escrever e algumas decisões de roteiro que eu já tinha firmado tomaram forma. Organizei os Luas como a família de Kimiom, Sino como seu primo odiado. E agora precisava criar uma família para o Kimiom: Surgiu sua mãe batalhadora e seus dois maravilhosos irmãos. E tinha o pai, cujo decidi que teria sido morto pelo regime. Afinal, precisava cruzar a história de Kimiom e Adamantor por algo além da profecia. O assassinato do pai de Kimiom parecia uma forma legal de gerar um ódio em Kimiom que me serviria depois para testar suas qualidades de herói. Até que ponto Kimiom estaria disposto a poupar Adamantor para manter seus ideais, sua alma?


Quero só lembrar que nisso tudo, eu só tinha 11 anos. kkkkkk No próximo artigo vou tratar daquilo que todo escritor quer saber: Como publiquei o livro? A busca por editora, minha história difícil de jovem sem dinheiro para financiar seu sonho e como uma grande reviravolta transformou minha vida. Te vejo no próximo artigo!

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